top of page

Quantas Vezes Jesus Precisa Ser Crucificado Para Provar que Te Ama?

Há sempre um corpo sendo crucificado em alguma cruz invisível.


Não no alto de uma colina, diante de multidões com lanças e coroas de espinhos — mas nas esquinas da vida, nos bastidores da confiança, no silêncio das relações que fingem reciprocidade.


O pão é partido.

O vinho é oferecido.

Os pés são lavados com cuidado.

E ainda assim... o beijo da traição chega pontualmente, como se fizesse parte do ritual.


Diz-se “obrigado” com os dentes, mas os olhos carregam o cálculo.


Aceita-se a ajuda com as mãos, mas o coração já planeja o abandono.


Há quem dê a vida em gestos simples: uma escuta atenta, um ombro firme, uma palavra na hora certa.


Mas o mundo é viciado em escárnio.


Confunde pureza com fraqueza.

Faz piada do cordeiro e aplaude o lobo.


Quem ama demais, arde em fogo estranho.


Quem se entrega inteiro, vira terra fértil para os parasitas. E enquanto alguns se ajoelham fingindo reverência, já estão afiando os pregos.


Quantas vezes o sangue precisa pingar do madeiro para que se entenda o amor?


Quantas vezes o silêncio precisa falar mais alto que as justificativas?


Quantas vezes o injusto precisa morrer no lugar do ingrato?


A história se repete como um loop cósmico de ingratidão.

Imagem simbólica e dramática de uma figura semelhante a Cristo crucificada em uma paisagem escura e desolada, com tons fortes de vermelho e sombras profundas, transmitindo sofrimento, entrega e solidão espiritual.

O altar vira cadafalso.

O salvador vira escândalo.

E o amor — o amor vira chacota.


Mas ainda assim…

Mesmo sangrando, mesmo só, mesmo pregado por mãos que um dia segurou com ternura…

Ele olha para o alto e diz:

“Pai, perdoa.”

Porque amar não é fazer sentido.

É fazer milagre.

Comments


Este website é desenvolvido por Henrique Marcondes Saraceni

Rua Altino Arantes, 639 - Ribeirão Preto - São Paulo - Brazil

+55 16 99619 8600

bottom of page