A Vida Não Vem com Manual, Mas Vem com Mãe
- Henrique Saraceni
- 11 de mai.
- 3 min de leitura
Já parou pra pensar que o mundo é “o” e a vida é “a”?
O mundo existe.
É concreto, externo, tangível, sólido e imparcial.
É o pai que diz: “Faça.”
É a máquina que gira.
O chão que cobra.
O sistema que empurra.
Mas a vida…
A vida é.
Sente, escapa, flui, acontece.
É líquida, fértil, intuitiva.
É a mãe que acolhe, que gera, que dá colo.
É o ventre invisível que sustenta — mesmo quando tudo desmorona.
E a gente?
A gente é o que existe entre os dois.
Entre o sistema e o colo.
Entre o controle e o mistério.

A Vida Não Vem com Manual.
Mas vem com uma mulher que nos ensinou a andar…
Antes mesmo da gente saber o que era caminho.
A Vida Vem com Mãe.
Antes do primeiro choro, já existia um coração batendo por você.
Mesmo quando a gente muda de casa, de cidade, de vida… ela continua dentro da gente.
Mesmo se não está mais por perto, mesmo que a história com ela tenha sido difícil ou incompleta — ela ainda vive em você.
Se você fechar os olhos agora e se perguntar:
“O que minha mãe me diria nesse momento?”
O que você ouve?
Porque mãe não depende de presença física.
Mãe é presença.
Mãe é o que sobra quando todo o resto desaba.
Maria: a Mãe de Todas as Mães
A Bíblia não conta Maria como alguém com todas as respostas.
Mas ela tinha aquilo que só mães têm: coragem pra amar sem manual.
“Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.” — Lucas 1:38
Ela não entendeu tudo.
Mas aceitou tudo.
E mesmo diante da maior dor — vendo o próprio filho na cruz — ela ficou.
“Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe…” — João 19:25
Ela não pôde evitar o sofrimento.
Mas também não abandonou.
É isso que o amor de mãe faz.
Fica. Aguenta. Ama… mesmo sem explicação.
Quantas vezes eu me esqueço disso?
Quantas vezes deixei a rotina engolir a gratidão?
Quantas vezes me calei quando deveria ter dito “obrigado”?
Quantas vezes vi o cansaço nos olhos dela e escolhi fingir que não vi?
Muitas vezes.
Mais do que eu gostaria de admitir.
Mas hoje… eu paro.
Eu reconheço.
Eu peço perdão — mesmo que em silêncio, em pensamento, em oração.
Porque o amor de mãe é tão grande que, mesmo quando a gente esquece… ela continua lembrando da gente.
O Amor de Mãe é a Injustiça Mais Bonita da Existência
Ela nos dá a vida.
Nos alimenta com o corpo, com a alma, com tudo o que tem.
E nós… nunca conseguimos retribuir à altura.
O que a mãe entrega não pode ser medido.
E por isso, tudo o que podemos fazer é reconhecer.
Honrar enquanto há tempo.
Agradecer, mesmo quando não é mais possível tocar.
Porque ela vive em nós.
E quando tudo parecer demais, quando o mundo for barulhento, pesado, injusto… fecha os olhos. Chama por ela. Mesmo em silêncio… ela vai acolher.
“Maria, porém, guardava todas essas coisas, meditando-as no coração.” — Lucas 2:19
Que você também guarde.
Que você também medite.
E que nunca se esqueça:
Você "é".
O verbo.
O fruto do mundo que existe e a vida que sente.
Entre o Pai que faz e a Mãe que ama.
E nós... nós somos essa loucura linda da existência no meio dessa linguagem cósmica que chamamos de realidade.
Obrigado e Feliz Dia das Mães.
A todas que amam sem manual.
Às que ficaram, mesmo cansadas.
Às que geraram com o corpo — e às que acolheram com a alma.
Às que ensinaram o que é ser colo, ser raiz, ser abrigo.
Que hoje, mais do que flores, recebam presença.
Mais do que palavras, reconhecimento.
Mais do que um dia… o eterno lugar que ocupam na nossa existência.
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